quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Elis Regina - Fascinação


Elis Regina - Fascinação

Os sonhos mais lindos sonhei
De quimeras mil um castelo ergui
E no teu olhar
Tonto de emoção
Com sofreguidão
Mil venturas previ
O teu corpo é luz, sedução
Poema divino cheio de esplendor
Teu sorriso prende, inebria, entontece
És fascinação, amor

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Lisboa



Lisboa é uma das dez cidades obrigatórias a visitar em 2009. A sugestão é dos guias Lonely Planet, uma referência na área, que descreve a capital portuguesa como "a sedutora sereia ibérica" que ficou "melhor com a idade".

Que lindo: "a sedutora sereia ibérica" que ficou "melhor com a idade". Só posso concordar em absoluto. :-)

Mas também diz que: "A entrar em 2009, a cidade amadureceu numa tentação cultural, sofisticada - embora ainda um pouco suja", escreve a Lonely Planet. Suja!!! Pois... tinha que ser!!! Não depende só do Município, depende também de cada um de nós melhorar essa imagem que a cidade transmite. A cidade ou nós?!?!?! Porque às vezes vejo com cada coisa!!!


Fonte: Metro - 29/10/2008 (O que está em itálico)



Lisboa, minha menina,
Minha saudade pungente,
Nasceste numa colina,
Aquece-te o Sol nascente.

Quando Lisboa me foge,
Sinto minh’alma a tremer,
Invade-me a ansiedade
Com medo de a perder.

A olhar-te lá dos altos
Das muralhas do Castelo,
Sinto minh’alma aos saltos,
Ao ver quadro tão belo.

Ao afastar-me de ti,
Lisboa, sinto emoção.
Por julgar que te perdi,
Faz tremer meu coração.

Sonho contigo, Lisboa,
Quando m’afasto de ti,
Se demoro mais um pouco,
Já julgo que te perdi.

Quando de ti me separo,
Põe-se minh’alma a chorar
Lisboa, sinto arrepios
Com medo de não voltar.

Lisboa, teus alfacinhas
Sentem por ti tal carinho
Que nada mais lh’interessa
Quando os tiram do seu ninho

Elegante e donairosa,
Lisboa tem o condão
De ser bela como a rosa,
Quando está em botão.

Navegar nas tuas ruas,
Correr por cima das águas,
Namora à luz da Lua
É conter as minhas mágoas.

Vivo sozinho em Lisboa,
Prefiro viver assim,
Porque aquela gente boa
Tem um sorriso p’ra mim.

Poema: Luís Coelho Albernaz



Fotos: Smile


terça-feira, 28 de outubro de 2008

Curiosidades Históricas


ÁGUA VAI!

"Água vai!" - era este o grito que aconselhava procurar abrigo .... e rápido!
O grito de "água vai!" servia de aviso a todos quantos passavam por baixo de uma janela. Grito dado, eram lançadas as águas sujas da casa...
A falta de higiene deste costume secular deu origem a inúmeras queixas e muita legislação para o disciplinar e, por fim, banir.
Um dos diplomas administrativos mais interessantes é o Edital de 1 de Abril de 1818, da Câmara Municipal de Lisboa, proibindo que se lancem os despejos e lixos para a rua, reforçando anteriores editais de 27 de Maio e 27 de Junho de 1803. Atente-se na tipificação das infracções e respectivas multas:

1 – Lançar das janelas corpos sólidos de dia ou de noite 12$000
2 – Ditos de dentro das portas 6$000
3 – Imundícies ascorosas de dia 10$000
4 – De noite a qualquer hora, ainda com vozes de anúncio 5$000
5 – Águas imundas de dia 8$000
6 – De noite a qualquer hora, ainda com vozes de anúncio 4$000
7 – Lixos das casas, ou restos de fruta ou hortaliças de dia 4$000
8 – De noite sobre os passeios, ainda com anúncio 2$000
9 – Água limpa das janelas ou de dentro das portas de dia,
e sobre os passeios 2$000
10 – De noite, posto que com vozes de anúncio 5$000

N.B. Fica livre aos moradores, que não tiverem despejos próprios, o descer à rua, depois das dez horas, e vazar as imundicies, lixos, e restos de hortaliças e fruta fora dos passeios, para serem extraídas pelos carros de limpeza."


Tirado ao livro "Frases que fizeram a História de Portugal", de Ferreira Fernandes e João Ferreira

domingo, 26 de outubro de 2008

Dancing salsa

So you think you can dance??

Vai lá vai!!! A mulher tem uma ginástica!
Dá gosto ver dançar assim, lá isso dá!

Sugestão

Amigas e amigos… encontrei este site por acaso e adorei a ideia!
Para quem não conhece aqui vai a partilha.

Chocotelegram

Uma boa ideia para surpreender a sua amada ou amado, seus familiares e amigos.

Até pode personalizar a sua mensagem.
Que tal???
Quem é que não ficaria encantada/o em receber algum assim???
Fica a sugestão.



sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Exteriorização IV



Li aqui que “O BCP, o BES, o BPI, e agora também o Santander e a Caixa Geral de Depósitos, admitem recorrer às garantias de 20 mil milhões de euros do Estado à Banca anunciadas pelo Governo a 12 de Outubro, e que ficaram disponíveis esta semana.”

Coitados …. Estão com pouco dinheiro!!!! Tem imensas contas para pagar! Almoçaradas e jantaradas, viaturas, gasolinas, oficinas, ajudas disto e ajudas daquilo…

Também tenho as minhas despesas… Renda, seguros, luz, água, gás, telefone, passe social, géneros alimentícios, despesas médicas… a receita cada vez menor e a despesa sempre a subir! Será que não há por aí uns euritos para mim?

Cada vez gosto mais disto!!!


José (Zeca) Afonso - Os Vampiros


quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Mensagem


Acabadinho de chegar ao meu e-mail.
É grande, mas vale a pena gastar um bocadinho do nosso tempo… não se vai arrepender de o ler.


Sr. Engº José Sócrates,

Antes de mais, peço desculpa por não o tratar por Excelência nem por Primeiro-Ministro, mas, para ser franca, tenho muitas dúvidas quanto ao facto de o senhor ser excelente e, de resto, o cargo de primeiro-ministro parece-me, neste momento, muito pouco dignificado.

Também queria avisá-lo de antemão que esta carta vai ser longa, mas penso que não haverá problema para si, já que você é do tempo em que o ensino do Português exigia grandes e profundas leituras. Ainda pensei em escrever tudo por tópicos e com abreviaturas, mas julgo que lhe faz bem recordar o prazer de ler um texto bem escrito, com princípio, meio e fim, e que, quiçá, o faça reflectir (passe a falta de modéstia).

Gostaria de começar por lhe falar do "Magalhães". Não sobre os erros ortográficos, porque a respeito disso já o seu assessor deve ter recebido um e-mail meu. Queria falar-lhe da gratuitidade, da inconsequência, da precipitação e da leviandade com que o senhor engenheiro anunciou e pôs em prática o projecto a que chama de e-escolinha.

O senhor fala em Plano Tecnológico e, de facto, eu tenho visto a tecnologia, mas ainda não vi plano nenhum. Senão, vejamos a cronologia dos factos associados ao projecto "Magalhães":

No princípio do mês de Agosto, o senhor engenheiro apareceu na televisão a anunciar o projecto e-escolinhas e a sua ferramenta: o portátil Magalhães.

No dia 18 de Setembro (quinta-feira) ao fim do dia, o meu filho traz na mochila um papel dirigido aos encarregados de educação, com apenas quatro linhas de texto informando que o "Magalhães" é um projecto do Governo e que, dependendo do escalão de IRS, o seu custo pode variar entre os zero e os 50 euros. Mais nada! Seguia-se um formulário com espaço para dados como nome do aluno, nome do encarregado de educação, escola, concelho, etc. e, por fim, a oportunidade de assinalar, com uma cruzinha, se pretendemos ou não adquirir o "Magalhães".

No dia 22 de Setembro (segunda-feira), ao fim do dia, o meu filho traz um novo papel, desta vez uma extensa carta a anunciar a visita, no dia seguinte, do primeiro-ministro para entregar os primeiros "Magalhães" na EB1 Padre Manuel de Castro. Novamente uma explicação respeitante aos escalões do IRS e ao custo dos portáteis.

No dia 23 de Setembro (terça-feira), o meu filho não traz mais papéis, traz um "Magalhães" debaixo do braço.

Ora, como é fácil de ver, tudo aconteceu num espaço de três dias úteis em que as famílias não tiveram oportunidade de obter esclarecimentos sobre a futura utilização e utilidade do "Magalhães". Às perguntas que colocámos à professora sobre o assunto, ela não soube responder. Reunião de esclarecimento, nunca houve nenhuma.

Portanto, explique-me, senhor engenheiro: o que é que o seu Governo pensou para o "Magalhães"? Que planos tem para o integrar nas aulas? Como vai articular o seu uso com as matérias leccionadas? Sabe, é que 50 euros talvez seja pouco para se gastar numa ferramenta de trabalho, mas, decididamente, e na minha opinião, é demasiado para se gastar num brinquedo. Por favor, senhor engenheiro, não me obrigue a concluir que acabei de pagar por uma inutilidade, um capricho seu, uma manobra de campanha eleitoral, um espectáculo de fogo de artifício do qual só sobra fumo e o fedor intoxicante da pólvora.

Seja honesto com os portugueses e admita que não tem plano nenhum. Admita que fez tudo tão à pressa que nem teve tempo de esclarecer as escolas e os professores. E não venha agora dizer-me que cabe aos pais aproveitarem esta maravilhosa oportunidade que o Governo lhes deu e ensinarem os filhos a lidar com as novas tecnologias. O seu projecto chama-se e-escolinha, não se chama e-familiazinha! Faça-lhe jus! Ponha a sua equipa a trabalhar, mexa-se, credibilize as suas iniciativas!

Uma coisa curiosa, senhor engenheiro, é que tudo parece conspirar a seu favor nesta sua lamentável obra de empobrecimento do ensino assente em medidas gratuitas.

Há dias arrisquei-me a ver um episódio completo da série Morangos com Açúcar. Por coincidência, apanhei precisamente o primeiro episódio da nova série que significa, na ficção, o primeiro dia de aulas daquela miudagem. Ora, nesse primeiro dia de aulas, os alunos conheceram a sua professora de matemática e o seu professor de português. As imagens sucediam-se alternando a aula de apresentação de matemática por contraposição à de português. Enquanto a professora de matemática escrevia do quadro os pressupostos da sua metodologia - disciplina, rigor e trabalho - o professor de português escrevia no quadro os pressupostos da sua - emoção, entrega e trabalho. Ora, o que me faz espécie, senhor engenheiro, é que a personagem da professora de matemática é maldosa, agressiva e antiquada, enquanto que o professor de português é um tipo moderno e bué de fixe. Então, de acordo com os princípios do raciocínio lógico, se a professora de matemática é maldosa e agressiva e os seus pressupostos são disciplina e rigor,então a disciplina e o rigor são coisas negativas. Por outro lado, se o professor de português é bué de fixe, então os pressupostos da emoção e da entrega são perfeitos. E de facto era o que se via. Enquanto que na aula de matemática os alunos bufavam, entediados, na aula de português sorriam, entusiasmados.

Disciplina e rigor aparecem, assim, como conceitos inconciliáveis com emoção e entrega, e isto é a maior barbaridade que eu já vi na minha vida. Digo-o eu, senhor engenheiro, que tenho uma profissão que vive das emoções, mas onde o rigor é "obstinado", como dizem os poetas. Eu já percebi que o ensino dos dias de hoje não sabe conciliar estes dois lados do trabalho. E, não o sabendo, optou por deixar de lado a disciplina e o rigor. Os professores são obrigados a acreditar que para se fazer um texto criativo não se pode estar preocupado com os erros ortográficos. E que para se saber fazer uma operação aritmética não se pode estar preocupado com a exactidão do seu resultado. Era o que faltava, senhor engenheiro!

Agora é o momento em que o senhor engenheiro diz de si para si: mas esta mulher é um Velho do Restelo, que não percebe que os tempos mudaram e que o ensino tem que se adaptar a essas mudanças? Percebo, senhor engenheiro. Então não percebo? Mas acontece que o que o senhor engenheiro está a fazer não é adaptar o ensino às mudanças, você está a esvaziá-lo de sentido e de propósitos. Adaptar o ensino seria afinar as metodologias por forma a torná-las mais cativantes aos olhos de uma geração inquieta e voltada para o imediato. Mas nunca diminuir, nunca desvalorizar, nunca reduzir ao básico, nunca baixar a bitola até ao nível da mediocridade.

Mas, por falar em Velho do Restelo...

.. Li, há dias, numa entrevista com uma professora de Literatura Portuguesa, que o episódio do Velho do Restelo foi excluído do estudo d'Os Lusíadas. Curioso, porque este era o episódio que punha tudo em causa, que questionava, que analisava por outra perspectiva, que é algo que as crianças e adolescentes de hoje em dia estão pouco habituados a fazer. Sabem contrariar, é certo, mas não sabem questionar. São coisas bem diferentes: contrariar tem o seu quê de gratuito; questionar tem tudo de filosófico. Para contrariar, basta bater o pé. Para questionar, é preciso pensar.

Tenho pena, porque no meu tempo (que não é um tempo assim tão distante), o episódio do Velho do Restelo, juntamente com os de Inês de Castro e da Ilha dos Amores, era o que mais apaixonava e empolgava a turma. Eram três episódios marcantes, que quebravam a monotonia do discurso de engrandecimento da nação e que, por isso, tinham o mérito de conseguir que os alunos tivessem curiosidade em descodificar as suas figuras de estilo e desbravar o hermetismo da linguagem. Ainda hoje me lembro exactamente da aula em que começámos a ler o episódio de Inês de Castro e lembro-me das palavras da professora Lídia, espicaçando-nos, estimulando-nos, obrigando-nos a pensar. E foi há 20 anos.

Bem sei que vivemos numa era em que a imagem se sobrepõe à palavra, mas veja só alguns versos do episódio de Inês de Castro, veja que perfeita e inequívoca imagem eles compõem:
"Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano d'alma ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito (...)"

Feche os olhos, senhor engenheiro, vá lá, feche os olhos. Não consegue ver, perfeitamente desenhado e com uma nitidez absoluta, o rosto branco e delicado de Inês de Castro, os seus longos cabelos soltos pelas costas, o corpo adolescente, as mãos investidas num qualquer bordado, o pensamento distante, vagueando em delícias proibidas nol eito do príncipe? Não vê os seus olhos que de vez em quando escapam às linhas do bordado e vão demorar-se na janela, inquietos de saudade, à espera de ver D. Pedro surgir a galope na linha do horizonte? E agora, se se concentrar bem, não vê uma nuvem negra a pairar sobre ela, não vê o prenúncio do sangue a escorrer-lhe pelos fios de cabelo? Não consegue ver tudo isto apenas nestes quatro versos?

Pois eu acho estes quatro versos belíssimos, de uma simplicidade arrebatadora, de uma clareza inesperada. É poesia, senhor engenheiro, é poesia! Da mais nobre, grandiosa e magnífica que temos na nossa História. Não ouse menosprezá-la. Não incite ninguém a desrespeitá-la.

Bem, admito que me perdi em divagações em torno da Inês de Castro. O que eu queria mesmo era tentar perceber porque carga de água o Velho do Restelo desapareceu assim. Será precisamente por estimular a diferença de opiniões, por duvidar, por condenar? Sabe, não tarda muito, o episódio da Ilha dos Amores será também excluído dos conteúdos programáticos por "alegado teor pornográfico" e o de Inês de Castro igualmente, por "incitamento ao adultério e ao desrespeito pela autoridade".

Como é, senhor engenheiro? Voltamos ao tempo do "lápix" azul?

E já agora, voltando à questão do rigor e da disciplina, da entrega e da emoção: o senhor engenheiro tem ideia de quanta entrega e de quanta emoção Luís de Camões depôs na sua obra? E, por outro lado, o senhor engenheiro duvida da disciplina e do rigor necessários à sua concretização? São centenas e centenas de páginas, em dezenas de capítulos e incontáveis estrofes com a mesma métrica, o mesmo tipo de rima, cada palavra escolhida a dedo... o que implicou tudo isto senão uma carga infinita de disciplina e rigor?

Senhor engenheiro José Sócrates: vejo que acabo de confiar o meu filho ao sistema de ensino onde o senhor montou a sua barraca de circo e não me apetece nada vê-lo transformar-se num palhaço. Bem, também não quero ser injusta consigo. A verdade é que as coisas já começaram a descarrilar há alguns anos, mas também é verdade que você está a sobrealimentar o crime, com um tirinho aqui, uma facadinha ali, uma desonestidade acolá.

Lembro-me bem da época em que fiz a minha recruta como jornalista e das muitas vezes em que fui cobrir cerimónias e eventos em que você participava. Na altura, o senhor engenheiro era Secretário de Estado do Ambiente e andava com a ministra Elisa Ferreira por esse Portugal fora, a inaugurar ETAR's e a selar aterros. Também o vi a plantar árvores, com as suas próprias mãos. E é por isso que me dói que agora, mais de dez anos depois, você esteja a dar cabo das nossas sementes e a tornar estéreis os solos que deveriam ser férteis.

Sabe, é que eu tenho grandes sonhos para o meu filho. Não, não me refiro ao sonho de que ele seja doutor ou engenheiro. Falo do sonho de que ele respeite as ciências, tenha apreço pelas artes, almeje a sabedoria e valorize o trabalho. Porque é isso que eu espero da escola. O resto é comigo.

Acho graça agora a ouvir os professores dizerem sistematicamente aos pais que a família deve dar continuidade, em casa, ao trabalho que a escola faz com as crianças. Bem, se assim fosse eu teria que ensinar o meu filho a atirar com cadeiras à cabeça dos outros e a escrever as redacções em linguagem de sms. Não. Para mim, é o contrário: a escola é que deve dar continuidade ao trabalho que eu faço com o meu filho. Acho que se anda a sobrevalorizar o papel da escola. No meu tempo, a escola tinha apenas a função de ensinar e fazia-o com competência e rigor. Mas nos dias que correm, em que os pais não têm tempo nem disposição para educar os filhos, exige-se à escola que forme o seu carácter e ocupe todo o seu tempo livre. Só que infelizmente ela tem cumprido muito mal esse papel.

A escola do meu tempo foi uma boa escola. Hoje, toda a gente sabe que a minha geração é uma geração de empreendedores, de gente criativa e com capacidade iniciativa, que arrisca, que aposta, que ambiciona. E não é disso que o país precisa? Bem sei que apanhámos os bons ventos da adesão à União Europeia e dos fundos e apoios que daí advieram, mas isso por si só não bastaria, não acha? E é de facto curioso: tirando o Marco cigano, que abandonou a escola muito cedo, e a Fatinha que andava sempre com ranhoca no nariz e tinha que tomar conta de três irmãos mais novos, todos os meus colegas da primária fizeram alguma coisa pela vida. Até a Paulinha, que era filha da empregada (no meu tempo dizia-se empregada e não auxiliar de acção educativa, mas, curiosamente, o respeito por elas era maior), apesar de se ter ficado pelo 9º ano, não descansou enquanto não abriu o seu próprio Pão Quente e a ele se dedicou com afinco e empenho. E, no entanto, levámos reguadas por não sabermos de cor as principais culturas das ex-colónias e éramos sujeitos a humilhação pública por cada erro ortográfico. Traumatizados? Huuummm... não me parece. Na verdade, senhor engenheiro, tenho um respeito e uma paixão pela escola tais que, se tivesse tempo e dinheiro, passaria o resto da minha vida a estudar.

Às vezes dá-me para imaginar as suas conversas com os seus filhos (nem sei bem se tem um ou dois filhos...) e pergunto-me se também é válido para eles o caos que o senhor engenheiro anda a instalar por aí. Parece que estou a ver o seu filho a dizer-lhe: ó pai, estou com dificuldade em resolver este sistema de três equações a três incógnitas... dás-me uma ajuda? E depois, vejo-o a si a responder coma sua voz de homilia de domingo: não faz mal, filho... sabes escrever o teu nome completo, não sabes? Então não te preocupes, é perfeitamente suficiente...

Vendo as coisas assim, não lhe parece criminoso o que você anda a fazer?

E depois, custa-me que você apareça em praça pública acompanhado da sua Ministra da Educação, que anda sempre com aquele ar de infeliz, de quem comeu e não gostou, ambos com o discurso hipócrita do mérito dos professores e do sucesso dos alunos, apoiados em estatísticas cuja real interpretação, à luz das mudanças que você operou, nos apresentauma monstruosa obscenidade. Ofende-me, sabe? Ofende-me por me tomar por estúpida.

Aliás, a sua Ministra da Educação é uma das figuras mais desconcertantes que eu já vi na minha vida. De cada vez que ela fala, tenho a sensação que está a orar na missa de sétimo dia do sistema de ensino e que o que os seus olhos verdadeiramente dizem aos pais deste Portugal é apenas "os meus sentidos pêsames".

Não me pesa a consciência por estar a escrever-lhe esta carta. Sabe, éque eu não votei em si para primeiro-ministro, portanto estou à vontade. Eu votei em branco. Mas, alto lá! Antes que você peça ao seu assessor para lhe fazer um discurso sobre o afastamento dos jovens da política, lembre-se, senhor engenheiro: o voto em branco não é o voto da indiferença, é o voto da insatisfação! Mas, porque vos é conveniente, o voto em branco é contabilizado, indiscriminadamente, com o voto nulo, que é aquele em que os alienados desenham macaquinhos e escrevem obscenidades.

Você, senhor engenheiro, está a arriscar-se demasiado. Portugal está prestes a marcar-lhe uma falta a vermelho no livro de ponto. Ah...espere lá... as faltas a vermelho acabaram... agora já não há castigos...

Bem, não me vou estender mais, até porque já estou cansada de repetir "senhor engenheiro para cá", "senhor engenheiro para lá". É que o meu marido também é engenheiro e tenho receio de lhe ganhar cisma.

Esta carta não chegará até si. Vou partilhá-la apenas e só com os meus E-leitores (sim, sim, eu também tenho os meus eleitores) e talvez só por causa disso eu já consiga hoje dormir melhor. Quanto a si, tenho dúvidas. Para terminar, tenho um enorme prazer em dedicar-lhe, aqui, uma estrofe do episódio do Velho do Restelo. Para que não caia no esquecimento. Nem no seu, nem no nosso.

"A que novos desastres determinas
De levar estes Reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas,
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos e de minas
De ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias? "


Atenciosamente e ao abrigo do artigo nº 37 da Constituição da República Portuguesa,

Uma mãe preocupada



segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Just another manic Monday!!!!

Hoje é uma daquelas segundas-feiras!!!

E a sexta que nunca mais chega!!!

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The Bangles - Manic Monday

sábado, 18 de outubro de 2008

A melhor música de sempre é ...

Aceitando o desafio da Dantins de eleger a melhor música de sempre, tive uma certa dificuldade em eleger uma só. É que são tantas que nem sei qual delas escolher.
Algumas já mencionei aqui, tal como My Way, Dance me to end of love, Somewhere over the rainbow entre outras.
Como não sou pessoa de um só estilo de música que vai da música Clássica ao Rock, optei desta vez por escolher Led Zeppelin – Stairway to Heaven

E a vossa? Qual é a melhor música de sempre?

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Happy Birthday ...



Happy Birthday to Me


:-)



segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Love



"O amor é a única coisa que mantém a escuridão afastada."

Pam Brown
Foto: Smile

domingo, 12 de outubro de 2008

Lisboa Graffiti

Graffitis em Lisboa

Numa rua perto da Estrada de Benfica



Av. Liberdade
(mais um prédio abandonado)


Alto dos Moinhos



Uma semana muito colorida para vocês.
Fotos: Smile

... Igualdade ...


"Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais do que outros."


“All animals are equal, but some animals are more equal than others.”


George Orwell
"Animal Farm"

sábado, 11 de outubro de 2008

Exteriorização III

O PS impôs a disciplina de voto nos projectos do Bloco de Esquerda e do Partido Ecologista “Os Verdes” sobre o acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

Numa suposta Democracia isto não cheira a um regime Ditatorial? São a favor mas votaram contra?!?!?!?!?!?!?!
Concordam mas entendem que é necessário haver um debate público sobre a matéria?!?!?!
É inconcebível!!!!!
Porquê??? De que têm medo??? Que sejam excomungados???
Mas que raio de consciência é a deles?!?!?! Será que têm consciência?!?!?!
Pelos vistos só um é que teve, o Manuel Alegre que votou a favor.
Mas mesmo assim o projecto foi chumbado.


E assim desde ontem que ando com umas ganas!!!!!!!!!
Em sentido figurado … claro … que eu não sou uma pessoa violenta.
Mas passo a informar desde já … que os ditos sacos estão esgotados!!!
É só uma exteriorização … ainda é permitido não é???


sexta-feira, 10 de outubro de 2008

... pelas Janelas de Portugal ... I




Coimbra e Lisboa




Cascais e Sesimbra






Lisboa e Figueira da Foz

Fotos: Smile

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O beijo




O beijo é a expressão de um idioma universal.


El único idioma universal es el beso.


Foto 1: Autora - Tuta (... le baiser...)
Foto 2: Autor - Robert Doisneau (Le Baiser de l’Hotel de Ville, Paris, 1950)

Foto 3: Autor - A&R (Beijo...)


Reciclagem


Reciclagem.

Ó gente da minha terra… isto não são maneiras de fazer reciclagem… porque insistem em misturar todo o tipo de lixo?!?!?! Nem sequer irei comentar o cheiro que estava aqui!!! Vá lá… não custa nada. Ajuda-nos no presente e para o futuro. O meio ambiente agradece e nós também.

Foto: Smile

domingo, 5 de outubro de 2008

I believe that love is the answer

Walk blindly to the light and reach out for his hand
Don't ask any questions and don't try to understand
Open up your mind and then open up your heart
And you will see that you and me aren't very far apart

'Cause I believe that love is the answer
I believe that love will find the way

Violence is spread worldwide and there are families on the street
And we sell drugs to children now oh why can't we just see
That all we do is eliminate our future with the things we do today
Money is our incentive now so that makes it okay

But I believe that love is the answer
I believe that love will find the way
I believe that love is the answer
I believe that love will find the way

I've been seeing Lisa now for a little over a year
She said she's never been so happy but Lisa lives in fear
That one day daddy's gonna find out she's in love
With a nigger from the streets

Oh how he would lose it then but she's still here with me
'Cause she believes that love will see it through
And one day he'll understand
And he'll see me as a person not just a black man

'Cause I believe that love is the answer
I believe that love will find the way
I believe I believe I believe I believe that love is the answer
I believe that love will find the way
Love will find the way
Love will find the way
Love will find the way
Please love find the way
Please love find the way

I believe to

Made in USA

A candidata republicana à vice-presidência dos Estados Unidos, Sarah Palin é contra o aborto mas a favor da guerra… sim… a mesma que afirmou que não descarta a possibilidade de os Estados Unidos declarar guerra à Rússia por causa da invasão da Geórgia pela Rússia… pois… depois de nascerem e crescerem há que envia-los para guerra e morrerem!!!


Ai… Ironia das Ironias!!!!!!


Detesto falso moralismo e hipocrisia!!!!



Manhattan - New York

Some day... I will go there ... New York, Manhattan


Summer journeys to niagra
And to other places aggra-
Vate all our cares.
Well save our fares!

Ive a cozy little flat in
What is known as old Manhattan
Well settle down
Right here in town!

Well have Manhattan
The bronx and staten
Island too.
Its lovely going through
The zoo!

Its very fancy
On old delancy
Street you know.
The subway charms us so
When balmy breezes blow
To and fro.

And tell me what street
Compares with mott street
In july?
Sweet pushcarts gently gli-ding by.

The great big citys a wonderous toy
Just made for a girl and boy.
Well turn Manhattan
Into an isle of joy!

Well go to yonkers
Where true love conquers
In the whiles
And starve together dear, in chiles

Well go to coney
And eat baloney on a roll
In central park well stroll
Where our first kiss we stole
Soul to soul

And my fair lady is a terrific show they say
We both may see it close, some day

The citys glamour can never spoil
The dreams of a boy and goil
Well turn Manhattan
Into an isle of joy!

sábado, 4 de outubro de 2008

Exteriorização II

… a prestação da casa que não pára de subir… tá frio… tou cansada e não com sono… vou trabalhar no fim-de-semana e por isso a minha cara-metade não vêm… não pude ir à festa… e existe uma vozinha lá no serviço que me irrita profundamente... tou possessa da vida!!!!

Hoje não estou nos meus dias... quero dizer .. noites ... rsrsrs