Simone de Oliveira
No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida
No teu poema
Existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E, aberta, uma varanda para o mundo.
Existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E, aberta, uma varanda para o mundo.
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da Senhora da Agonia
E o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria.
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da Senhora da Agonia
E o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria.
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonhos inquietos de quem falha.
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonhos inquietos de quem falha.
No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano
Existe um rio
O canto em vozes juntas, em vozes certas
Canção de uma só letra e um só destino a embarcar
No cais da nova nau das descobertas
O canto em vozes juntas, em vozes certas
Canção de uma só letra e um só destino a embarcar
No cais da nova nau das descobertas
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda me escapa
E um verso em branco à espera de futuro.
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda me escapa
E um verso em branco à espera de futuro.
(Cantado por Carlos do Carmo no Festival da Canção em 1976)
Letra e Música: José Luís Tinoco
12 comentários:
Santo deus mulher, o que foste colocar aqui! Que impacto. Essa é das músicas mais lindas, marcantes, dadas, românticas, tocantes, envolventes.. que alguma vez conheci. E aquela que espero um dia dedicar.. Um sorriso sem fôlego. :)
bom dia!
a emoção à flor da pele...
tem uma boa semana!
beijocas
UM POEMA SEM DÚVIDA MUITO FORTE!!!
Beijo Voador
Scorpio Angel
É lindo não é? O poema e a música são magníficos. Eu também gosto cantado por Carlos do Carmo, mas achei que a da Simone estava mais envolvente ;-)
Beijocas e...Um Sorriso :-)
Estrelaminha
E o modo como esta grande senhora canta é extraordinário.
Uma boa semana pra ti também
Beijocas
Pedrinhas
É sem dúvida, um poema fortíssimo.
Beijo voador
Bemmmmm... do que tu te lembras...
Gostei! :)
Beijo esvoaçante!
Grande poema! :)
Maripoza Maria
De vez em quando lembro-me de músicas intemporais. :-)
Que bom que gostas-te ;-)
Beijocas sorridentes
Clic
Olá… olá… tudo bem? :-)
É um Grande Poema sim ;-)
Beijitos
Comovente!!!
Uma canção única, uma Senhora da música portuguesa e o reencontro de 2 mitos: LINDO!
Beijinhos.
Amigo Pinguim
É mais uma música de minha eleição. Apesar de gostar da versão do Carlos do Carmo esta grande Senhora canta-a de um modo inexplicável. Simplesmente poderoso.
Beijitos
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